sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Tycho Brahe




Tycho Brahe (Castelo de Knutstorp, Skåne, 14 de Dezembro de 1546 — Praga, 24 de Outubro de 1601) nascido Tyge Ottesen Brahe, foi um astrônomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e mais tarde do imperador Rodolfo II da Germânia, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista que abrira uma brecha no sólido edifício construído pela Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam mais tarde a Johannes Kepler para descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica, a fim de chegar a novas conclusões pela observação directa. Baseando-se nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os mistérios do cosmos, chega a uma síntese eléctrica entre os sistemas que poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrônomo observacional da era que precedeu à da invenção do telescópio, e as suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a época. Após a sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram aJohannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e este orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e construiu um novo observatório, onde trabalhou até morrer, em 1601.

Morte

Tycho morreu em 24 de outubro de 1601, onze dias depois de ficar muito doente durante um banquete. Ele permaneceu doente por onze dias e consta que teria dito a Kepler: "Ne frustra vixisse videar!", "Não me deixe parecer ter vivido em vão". Por centenas de anos, a crença geral foi que ele teria morrido de um problema na bexiga. Foi dito que ele teria evitado de sair do banquete antes do fim, por boas maneiras, e que teria estressado sua bexiga ao limite, desenvolvendo uma infecção que o matou. Essa teoria foi apoiada pelo relato de Kepler.
Investigações recentes sugerem que Tycho morreu não de problemas urinários, mas de envenenamento por mercúrio: níveis extremamente tóxicos foram encontrados em seus cabelos e na raiz dos cabelos. Tycho pode ter se envenenado tomando medicamentos contendo impurezas não-intencionais de cloreto de mercúrio, ou pode ter sido envenenado. De acordo com um livro de 2005 de Joshua Gilder e Anne-Lee Gilder, há evidências substanciais de que Kepler assassinou Brahe; eles argumentam que Kepler tinha os meios, motivos, e oportunidade, e roubou os dados de Tycho com sua morte. De acordo com os Gilders, seria improvável que Tycho tivesse se envenenado, uma vez que ele era um alquimista conhecido por ser familiarizado com a toxidade dos diferentes compostos de mercúrio.

O nariz de Tycho

Em 1566, quando era estudante, Tycho Brahe duelou com um nobre dinamarquês, Manderup Parsbjerg. Ele acabou perdendo um pedaço do nariz. Pelo resto de sua vida ele usou uma prótese que seria de ouro e prata. Porém, em 1901, sua tumba foi aberta e observou-se que o osso no crânio, na região do nariz, tinha cor verde, sinal de exposição ao cobre. Alguns historiadores especularam que ele teria tido várias próteses para diferentes ocasiões, notando que uma de cobre poderia ser mais leve e confortável que uma de metal precioso.

Cronologia

1546 - 14 de dezembro - Tycho Brahe nasce em Knudstrup, Dinamarca
1559 - Tycho entra na Universidade de Copenhague
1562 - Tycho transfere-se para a Universidade de Leipzig
1563 - Faz sua primeira observação astronômica: uma conjunção de Júpiter e Saturno
1572 - Descobre uma nova estrela, abalando a fé na doutrina cristã-aristotélica sobre a perfeição e imutabilidade da esfera celeste
1574 - Publica: De nova Stella ("Sobre a nova estrela")
1577 - Observa a passagem de um cometa, e demonstra que não se trata de um fenômeno atmosférico, como se acreditava desde Aristóteles
1582 - O papa Gregório XIII reforma o calendário, corrigindo-o em dez dias, com base nos cálculos de duração do ano efetuados por Tycho
1599 - Tycho muda-se para Praga. Johannes Kepler torna-se seu assistente
1601 - 13 de outubro - Participa de um banquete em Praga, no qual ficou doente
1601 - 24 de outubro - Tycho Brahe morre, em Praga
1609 - Johannes Kepler enuncia as Leis do movimento planetário, com base nos trabalhos e observações de Tycho Brahe.

Referências

  1.  Tycho Brahe em Mathematics Genealogy Project
  2.  Jackson, E. Atlee. Exploring Nature's Dynamics (em inglês). [S.l.]: Wiley-IEEE, 2001. 328 p. p. 12. ISBN 978-0-471-19146-9. Página visitada em 12 de dezembro de 2012.
  3.  http://www.tychobrahe.com/eng_tychobrahe/myt.html
  4.  Joshua Gilder and Anne-Lee Gilder. Heavenly Intrigue: Johannes Kepler, Tycho Brahe, and the Murder Behind One of History's Greatest Scientific Discoveries. [S.l.]: Anchor, 2005. ISBN 978-1-4000-3176-4

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os Essênios



Os Essênios (português brasileiro) ou Essénios (português europeu) (Issi'im) constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus.
O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano.

Descobertas

Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran em 1955, nas regiões do Qumran, zona árida e quente próximo ao Mar Morto, foram encontrados jarros com manuscritos que continham documentos, revelações, leis, usos e costumes de uma comunidade de essênios. O Essenismo é transcrito pela primeira vez por Filon e Flávio Josefo, onde citavam que era uma ordem que havia se afastado do judaismo tradicional por motivos desconhecidos, seus costumes se diferenciam em determinados pontos. Iniciaram seus estudos nos séculos que vão desde o ano 150 (A.C) ao 70 (D.C.). O Essenismo foi melhor revelado na história oficial, pela descoberta dos famosos "Manuscritos do Mar Morto", que são uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran. Mesmo após décadas de trabalho e controvérsias, a tradução integral dos manuscritos do mar Morto foi completada em 2002, mas não havia nenhuma referência direta a Jesus, João Batista ou aos primeiros cristãos. Os essênios provavelmente foram exterminados pelos romanos, ou obrigados a deixar suas comunidades e fugir para salvar suas vidas, por volta do ano 68 d.C. 

História

Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.

Doutrina

Dividiam-se em grupos de 12 com um líder chamado "mestre da justiça";
Vestiam-se sempre de branco;
Acreditavam em milagres pela mão, milagres físicos e benção com as mãos. (Acredita-se que as curas por imposição de mãos sejam semelhantes ao Reiki oriental.)
Realizavam curas com ervas medicinais e aplicação de argila;
Aboliam a propriedade privada;
Eram todos vegetarianos;
Alguns mestres não se casavam, todavia o celibato não era obrigatório;
Tomavam banho antes das refeições;
A comida era sujeita a rígidas regras de purificação.
Eram chamados de nazarenos por causa do voto nazarita.
Realizavam o ritual do Batismo nas águas aos iniciados;
Guardavam o Nome de Deus, dito impronunciável pelos Fariseus e Saduceus, o tetragrama sagrado YHWH (pronunciado como Yah ou Jah na tradição Essênia.)
Era costume que os nomes de seus membros tivessem o nome de Deus, ex: Obadias = ObadiYah, Jeremias = YarmiYah, João = YahUkhanaan, Jesus ou Josué = YahShua, Tiago ou Jacó = YahKov;
Acreditavam que a Natureza, os seres humanos e todas as coisas vivas eram o verdadeiro Templo de Deus, pois Ele não habitava em lugares feitos pelas mãos dos homens, mas sim as coisas vivas e que as ofertas a Deus eram o partilhar da comida para com os famintos, sejam homens ou animais.
Rejeitavam as práticas Farisaicas de sacrifício de animais para expiação dos pecados;
As mulheres eram iguais aos homens na sociedade, podendo inclusive serem Mestres da justiça (acredita-se que Maria, a mãe de Jesus e Maria Madalena foram Mestres da Justiça.)
Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.
Eles se proclamavam "a nova aliança" de Deus com Israel, mais tarde este mesmo termo aparece na literatura cristã como "novo testamento" e tambem grande parte das práticas judaica essênias.
Segundo Christian Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual, remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com frequência é fruto do ritual da Tevilah, onde o Judeu mergulha em um micvê em certas ocasiões para se purificar.

Fonte: Wikipédia