sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Carnaval: uma Festa Profana ou Cristã?

Carnaval: uma Festa Profana ou Cristã?
Breve análise da origem e significado do Carnaval, feito a partir do estudo do capítulo Tempo e Religião – O Calendário Cristão, de Michel Armengaud, páginas 230 à 234 do livro O Tempo, da Biblioteca Rosacruz.

 

No calendário cristão, há as festas fixas, ditas solares, e as festas móveis, ditas soli-lunares. As festas móveis são organizadas a partir da Páscoa. O carnaval se insere como uma das festas móveis do cristianismo. Na definição do seu dia devemos partir da determinação da data da Pácoa, o que já se mostra um problema não fácil de ser entendido.
Vamos tentar simplificar: foi o Imperador Constantino, no Concílio de Nicéia quem decidiu que a festa da Páscoa deveria ser celebrada no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera. Ou seja, para que se defina o dia de Páscoa, se faz necessário que aguardemos pela primeira lua cheia do equinócio da primavera e então, a partir dai, pelo primeiro domingo seguinte a esta lua cheia. Assim, o dia de Páscoa, segundo o Calendário Cristão, é o domingo seguinte à primeira lua cheia do equinócio da primavera, por ordem do imperador Constantino.
Por isso, a festa da Páscoa é uma festa móvel, que ocorre dentro de um período de 35 dias, isto é, entre os dias 22 de março e 25 de abril de cada ano.
Esses esclarecimentos são necessários, haja vista que todas as festas móveis do cristianismo partem da definição do dia de Páscoa. A primeira festa móvel do Calendário Cristão, é a Terça Gorda, que se celebra entre 03 de fevereiro e 9 de março, enquanto que a última festa desse Calendário, é Corpus Christi, que varia entre 21 de maio e 24 de junho. A Terça Gorda, no Calendário Cristão, é o fechamento do tempo de Carnaval, que marca o sacrifício do rei da festa, que é jogado na água, ou é queimado. Esse sacrifício simboliza o fim do velho homem e sua preparação para dar lugar ao novo homem.
As datas limítrofes do Calendário Cristão são o dia 3 de fevereiro, dia de São Brás (dia seguinte à Candelária, que pode marcar, também, a Terça Gorda) e 24 de junho, dia de São João Batista. O Carnaval corresponde, exatamento, à articulação entre as festas móveis e as festas fixas, do Calendário de Festas do Cristianismo.
É lamentável que esse simbolismo não seja respeitado pelos entes ditos “modernos” e que são responsáveis pela organização do período de Carnaval, dando ênfase, quase que totalmente, ao lado profano e esquecendo, por completo, do lado sagrado, preocupando-se, única e exclusivamente, com o lucro.
O nome CARNAVAL, deriva da expressão carne levanem, ou carne levare, que tem o significado do período onde é proíbido o consumo da carne, porquanto se está entrando na Quaresma, ou seja, 46 dias antes da Páscoa. O número de 46 dias, e não 40, corresponde ao período de 40 dias de jejum, excetuando-se os domingos, perfazendo, dessa forma, 46 dias. De se notar que a Terça Gorda ocorre, sempre, na Lua Nova, enquanto que a Páscoa, se dá, na Lua Cheia. A partir dai, a implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, que é antecedida pelos quarenta dias de jejum, acabaria por incentivar a
reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. O "Carnaval" está, desse modo, relacionado com a ideia de deleite, dos prazeres da carne. Nos dias atuais, em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, que são os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos" (dai a Terça-feira gorda, também conhecida pelo termo francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
Por fim, exortamos a todos, quer sejam místicos, ou não, que nesses próximos dias, de período carnavalesco, nos fixemos no aspecto simbólico cristão do Carnaval, de tão grande riqueza, fazendo com
que o “velho homem” pereça e faça ressurgir o “novo homem”, imbuído de pensamentos, palavras e atos nobres, derramando pelo Planeta a mais plena e sincera Paz Profunda, a que os Rosacruzes tanto aludem, a partir da nossa amada Ordem Rosacruz – AMORC.

Sincera e fraternalmente,
Gilberto Calixto
GRANDE CONSELHEIRO

Fonte: MYSTIC BYTE – N 57 – Fevereiro/Março 2012 - Ano R+C 3364/3365

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