sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Oito graus da Caridade



Para que os Amados Irmãos possam analisar e meditar sobre suas ações filantrópicas, transcrevo a seguir os "Oito graus da Caridade", idealizados por Maimónides, filósofo israelita do século XII:

1. Na caridade existem oito graus. O primeiro, o mais baixo, é o que consiste em dar, porém, com má vontade. Esta é a dádiva da mão, nunca do coração;

2. O segundo é aquele em que se dá com prazer, não sendo a dádiva proporcional, entretanto, às necessidades daquele que sofre;

3. O terceiro, quando se dá de boa vontade e proporcionalmente às necessidades do pobre, quando se é solicitado para isso;

4. O quarto, quando se dá espontânea e proporcionalmente às necessidades do que sofre, entregando-lhe, porém, nas mãos e provocando por esse meio a dolorosa emoção da vergonha;

5. O quinto consiste em dar de forma tal que o humilde recebe a esmola e conheça seu benfeitor, sem que este chegue a conhecê-lo. Essa foi a conduta de nossos antepassados, que pregavam moedas nas extremidades de suas capas, onde o pobre "as" recolhia sem ser visto;

6. O sexto que é da mais alta significação moral, é aquele no qual se conhece a pessoa que recebe a esmola sem que esta conheça o doador. Esta foi a norma observada por aqueles que tinham o costume de levar seus donativos aos necessitados, tendo o cuidado de não se fazer conhecer;

7. O sétimo grau, ainda mais meritório, consiste em socorrer sem que o benfeitor seja conhecido do necessitado, sem que este o conheça, tal como ocorria durante a existência do Templo. Nesse lugar de devoção existia um lugar especial denominado esmoler. Em seu interior, as almas caritativas depositavam suas esmolas, indo os pobres recolhê-las com igual segredo;

8. Finalmente, o oitavo e mais meritório de todos, consiste em antecipar a caridade, evitando a pobreza, seja ajudando seu semelhante com uma boa concessão ou uma apreciável quantia, ou ensinando-lhe um ofício, de modo que possa ganhar a vida de maneira honesta, evitando a terrível necessidade de estender a mão à caridade pública. Este é o mais alto grau da escada de ouro da caridade.


Seja como for do primeiro ao oitavo grau o mais importante é praticar a caridade, se possível passando de um grau ao superior. É obrigação Martinista a pratica da benemerência, em qualquer grau.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dia dos Santos Inocentes




O Dia dos Santos Inocentes é uma celebração cristã em homenagem aos Santos Inocentes, os meninos assassinados no evento bíblico que ficou conhecido como Massacre dos Inocentes, relatado em Mateus 2:16-18, festejada entre os dias 27 e 29 de dezembro, dependendo da denominação cristã.
A comemoração do massacre dos "Santos Inocentes" - considerados por muitos cristãos como sendo os primeiros mártires - apareceu primeiro como uma festa na igreja ocidental no "Sacramentário Leonino" (ca. 485 d.C.). As primeiras comemorações estavam ligadas à Festa da Epifania, em 6 de janeiro: Prudêncio menciona os Inocentes em seu hino sobre a Epifania. Leão Magno, em suas homilias sobre a Epifania, fala sobre os Inocentes. Fulgêncio de Ruspe (séc. VI) também compôs uma homilia (De Epiphania, deque Innocentum nece et muneribus magorum - "Sobre a Epifania e sobre o assassinato dos Inocentes e os presentes dos Magos").
Atualmente, a data da festa varia. Para os sírios ocidentais (Igreja Ortodoxa Síria, Igreja Católica Siro-Malancar e a Igreja Maronita) e os sírios orientais (Igreja Católica Caldeia e a Igreja Católica Siro-Malabar), o dia é 27 de dezembro. Para a Igreja Católica, Igreja da Inglaterra e a Igreja Luterana, a data é 28 de dezembro. Já a Igreja Ortodoxa comemora os Inocentes em 29 de dezembro.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O MITO DE POSEIDON OU NETUNO

"Convence-te bem do seguinte: Um dia tua alma abandonará o teu corpo e
serás arrastado para trás do véu que flutua entre o universo e o
incognoscível. Enquanto esperas, cuida de ser feliz!
Não sabes de onde vens. Nem sabe para onde vais." 


Júpiter deu uma droga ao seu pai Saturno que lhe convulsionou as entranhas, fazendo-o vomitar os filhos que havia devorado.

Júpiter, Netuno e Plutão, resolveram destronar o pai.  Cada filho pegou a sua arma, Júpiter o raio e o trovão, Netuno o tridente e Plutão o capacete
que o tornava invisível.  Depois de uma luta difícil subjugaram o pai e encerraram-no na região dos Infernos.

Repartiram o universo entre, eles, Júpiter ficou com os céus, Plutão com o mundo dos mortos e Netuno com os mares. Dizem os poetas: "Salve Poseidon,
deus da negra cabeleira!  Que os que estão no mar experimentem a tua benevolência e o teu socorro." Poseidon é o nome grego de Netuno.

O tridente tem o poder de abalar a terra e o oceano, formando terremotos e maremotos, mas também fazer a água brotar das rochas e do solo.  Traz as
grandes secas e as grandes inundações. 
Netuno mora num belo palácio no fundo do mar Egeu e percorre os oceanos numa carruagem de cavalo de cabeça de bronze e crina de ouro. Sua carruagem é seguida de urna comitiva de milhares de nereidas, hipocampos, delfins, ninfas, etc.  E quando ela passa, as ondas se abrem tranqüilamente.

Para os gregos Poseidon simbolizava também os tremores de terra e, em conseqüência, os epiléticos, com seus tremores, também deviam estar possuídos pelo deus.

Os cavalos eram patrocinados por ele e como eram animais luxo, Netuno passou a ser também uma divindade aristocrata. Entretanto, enquanto Júpiter
foi pai de diversos heróis, Netuno foi pai de uma maioria de seres monstruosos como a Medusa, que tinha várias cabeças.  Mais tarde Netuno cedeu a sua terra também a Júpiter e contentou-se com os mares.  A sua terra era a Atlântida, que teve esse nome em honra do filho de Netuno, Atlas, que carregou o mundo nas costas.

Netuno era o esposo de Ceres, a Terra-Mãe, fecundando-a com sua água.  Mas teve outras mulheres também, com as quais teve milhares de filhos: o mar é
prolífico.

Netuno é o sonho, a fantasia e o vício, não tem limites, ninguém consegue detê-lo. Assim como o mar, pode trazer prazer, mas também... destruição.
Não se brinca com Netuno, o deus dos mares, assim como não se brincam com as coisas 'netunianas' (que trazem uma sensação de relaxamento e prazer), pois assim como não é possível dominar o mar, pode perder-se nelas também...

Texto de Josilene Sousa extraído de: http://www.vanessatuleski.com.br/mitologia/netjo.htm
Imagem de Jonas R. Sanches

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Haile Selassie



Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié (português europeu) ou Hailê Selassiê (português brasileiro); em ge'ez: ኃይለ፡ ሥላሴ, "Poder da Trindade"; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892 – Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até o Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente 600.000 seguidores atualmente. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty), Jah, Ras Tafari e Jah Rastafari.
Durante o seu governo, a repressão a diversas rebeliões entre as raças que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente, rendeu-lhe críticas de muitos contemporâneos e historiadores.
Seu protesto na Liga de Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas contra o seu povo foi não só um prenúncio do conflito mundial que se seguiria, mas também representou o advento do que se chamou de "refinamento tecnológico da barbárie", característica que veio a marcar as guerras do período.
Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. Suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a se tornar membro oficial das Nações Unidas, e sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram-se relevantes até os dias de hoje.

Origens e ascensão

Nascido, Tafari Makonnen, casou-se em 1911 com Wayzaro Menen, filha do imperador Menelik II, assim tornando-se príncipe, ou Ras, em amárico. Tafari significa, por sua vez, indomável. O neto de Menelik II, Lij Iyasu (Iyasu V), tornou-se imperador em 1913, mas foi deposto por uma assembléia de nobres, em conjunto com a Igreja Ortodoxa Etíope, por suspeita de ter se convertido ao islamismo. Assumiu Zewditu, também filha de Menelik II, que morreria em 1930. Mesmo antes da morte de Zewditu, Ras Tafari já havia assumido a regência da Etiópia (em 1917), e foi investido como rei (negus) em 1928. Finalmente, em 2 de abril de 1930, a imperatriz morreu, e em 2 de novembro do mesmo ano Ras Tafari tornou-se o 225º imperador na dinastia que remontava, segundo a crença, ao Rei Salomão e a Rainha de Sabá. Novamente muda de nome, para Haile Selassie (que significa O Poder da Divina Trinidade) ou, na forma completa, Sua Majestade Imperial, Imperador Haile Selassie, Eleito de Deus, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá

O primeiro império

Iniciou então um governo que buscava modernizar a Etiópia, seguindo as linhas gerais traçadas por Menelik II: principalmente trazer tecnologia para a Etiópia e inserir o país no contexto da comunidade das nações. Seu discurso na Liga das Nações, em junho de 1936, sobre a guerra em geral e sobre a invasão da Etiópia pela Itália (1935), é considerado um dos mais belos e coerentes pronunciados por um líder político (o país havia sido admitido na Liga das Nações em 1923, logo após abolir a escravatura). Selassie também deu a Etiópia a primeira constituição de sua história, em 1931.
A invasão da Etiópia pela Itália em 1935 foi uma traição dos acordos celebrados entres esses países no ano de 1928. Também a Liga das Nações não fez sua parte, numa atitude muito semelhante àquela adotada pela Inglaterra e pela França em face a invasão alemã na Tchecoslováquia — com a diferença de que o país invadido não pertencia à Europa, e sim à esquecida África. Benito Mussolini recebeu uma condenação formal da liga, mas foi encorajado pela falta de atitudes desta para com seu ato injustificável. A invasão deflagrou a Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Em 1936 Selassie se viu obrigado a se retirar para o exílio na Inglaterra, deixando o posto de imperador.

Exílio

A Itália estabeleceu um governo na Etiópia e tentou controlar os movimentos de resistência através de massacres e segregação. Selassie tentava angariar simpatia pelo seu país, e só veio a consegui-lo quando a Itália se aliou, na Segunda Guerra Mundial, à Alemanha. Com o apoio da Inglaterra, mas contando essencialmente com forças de resistência etíopes e norte-africanas, Selassie retoma Adis Abeba em 5 de maio de 1941. Aos poucos conseguiu afastar-se da influência britânica, mas ao mesmo tempo vem do exílio com novas idéias inspiradas na evolução da Inglaterra.

O segundo império

Com a derrota da Itália na frente etíope, já durante a Segunda Guerra Mundial, Haile Selassie reassumiu o império. Havia tensões na Eritréia, que não se identificava com o restante da Etiópia e rejeitava a soberania desta.
Selassie promove a reforma e recuperação da Etiópia, devastada pela guerra. Institui um imposto progressivo sobre a propriedade de terras. Em 1955 é promulgada uma nova constituição etíope, que institui, entre outras medidas, o voto universal, mas também concentra bastante o poder nas mãos do imperador.
Enquanto em missão diplomática no Brasil, em 1960, Haile Selassie sofreu uma tentativa de golpe, organizada e dirigida por Germane Neway que não teve sucesso, mas polarizou a Etiópia e preparou caminho para um segundo golpe alguns anos depois. Em 1963, Selassie participou da criação da Organização da Unidade Africana.

O golpe militar

O país enfrentou anos difíceis no início da década de 1970. A grande fome de 1972–1973 agravou a contestação ao governo imperial, somando-se aos problemas políticos e à corrupção.
Em 12 de janeiro de 1974 registrou-se uma rebelião militar contra Selassie. Em junho, um grupo de cerca de 120 comandantes militares, formalmente fiéis ao imperador, formou um comitê para exercer o governo. Em 27 de setembro Selassie foi deposto por um golpe militar de inspiração marxista, que instituiu um Conselho Provisório de Administração Militar. Preso pelo novo governo, Selassié veio a falecer em 27 de agosto de 1975, oficialmente por complicações decorrentes de uma operação da próstata. Essa versão é contestada por seus apoiadores e familiares, que entendem que o ex-imperador foi assassinado em sua cama[carece de fontes].
Em 1991, após a queda de Mengistu Haile Mariam, foi revelado que os restos mortais de Selassié tinham sido conservados no porão do palácio presidencial. Finalmente, em 5 de novembro de 2000, receberam um funeral da Igreja Ortodoxa Etíope digno, sendo sepultados. A família do cantor Bob Marley esteve presente na cerimônia.

Legado

É reconhecida a influência que Haile Selassie teve sobre o movimento negro, em especial em lideranças do movimento negro, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Além disso, Selassie é encarado como um messias por parte de um movimento religioso de origem jamaicana, o rastafarianismo, que crê que Haile Selassie vive, conduzirá os negros de volta à África, e é Deus Vivo.

Discurso de Selassie na Liga das Nações em 1936

Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada; enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda categoria de qualquer nação; enquanto a cor da pele de uma pessoa for mais importante que a cor dos seus olhos; enquanto não forem garantidos a todos por igual os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida mas nunca alcançada. E igualmente, enquanto os regimes infelizes e ignóbeis que suprimem os nossos irmãos, em condições subumanas, em Angola, Moçambique e na África do Sul não forem superados e destruídos, enquanto o fanatismo, os preconceitos, a malícia e os interesses desumanos não forem substituídos pela compreensão, tolerância e boa-vontade, enquanto todos os Africanos não se levantarem e falarem como seres livres, iguais aos olhos de todos os homens como são no Céu, até esse dia, o continente Africano não conhecerá a Paz. Nós, Africanos, iremos lutar se necessário, e sabemos que iremos vencer, pois somos confiantes na vitória do bem sobre o mal.

Reflexo

Esse discurso serviu de inspiração para a canção "War", um dos maiores clássicos do cantor de reggae jamaicano Bob Marley.

No Brasil

Na visita de Haile Selassie ao Brasil estourou um golpe de Estado em Adis Abeba; o embaixador Edmundo Barbosa da Silva, secretário-geral do Itamaraty, foi encarregado de transmitir ao imperador a notícia do golpe e levou-o ao aeroporto. Na ocasião, ouviu dele a garantia de que voltaria a seu país e debelaria a insurreição "sem derramar uma gota de sangue". De fato, assim procedeu: mandou executar todos os rebelados na forca.

Texto extraído de: http://pt.wikipedia.org

sábado, 10 de dezembro de 2011

Nossa Senhora de Guadalupe



Quem é Nossa Senhora? Os católicos chamam assim a Mãe de Jesus e a têm também como sua Mãe, dedicando-Lhe amor, devoção e confiança especiais. Tornaram-se tantos os filhos e tão diferentes, que Ela também pareceria ter-se tornando várias e diferentes. Recebeu muitíssimos nomes. Não se trata de novas revelações. A Revelação terminou com a morte do último Apóstolo, São João Evangelista. A Revelação do Pai pelo Antigo Testamento, a do Filho pela pregação de Jesus Cristo, a do Espírito Santo no dia de Pentecostes e pela pregação dos Apóstolos no Novo Testamento. Há milagres de conhecimento, mas não novas revelações doutrinais. A Revelação está completa. Ninguém pode acrescentar nem suprimir, modificar ou corrigir nada.

Foto tirada da imagem original de Na. Sra. de Guadalupe, tal como está na Sua Basílica em México
Perante a desproporcionada e fantasiosa mentalidade que hoje grassa por todas as partes, inclusive entre os que têm obrigação de estudar esse tema, seria bom lembrar o decreto do Quinto Concílio Ecumênico de Latrão, em 1516: “Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão, incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam (...), ninguém ouse (...) afirmar o que quer que seja como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular”. Nem se trata de aparições. Todos os presentes veriam e ouviriam. Nem podem atribuir-se a Deus as incongruências e alucinações dos videntes...

A Igreja aprova apenas o culto, unicamente, estritamente. Culto à Imaculada de Lourdes com especial atenção aos doentes. Culto a Nossa Senhora do Rosário de Fátima pela paz do mundo... E culto a Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina: “Não estou Eu aqui que sou tua Mãe?” O culto sob tal invocação. Sem revelações, sem “segredinhos”, sem ameaças...O culto em Lourdes, Fátima, Guadalupe e tantos outros lugares só foi aprovado pela Igreja depois dos milagres que Deus ali realizou. Porque os milagres são a “assinatura”, o “visto” de Deus. As visões são em si mesmas naturais, mas os milagres com elas relacionados provam que esse culto é especialmente querido por Deus.

Apoiado nos milagres, no dia 12 de dezembro de 1531, Dom Juan de Zumárraga, primeiro bispo do México, aprovou o culto a Nossa Senhora de Guadalupe. Em 1556, o segundo bispo do México, Dom Alfonso de Montúfar, não só voltou a aprovar o culto como refutou sabiamente os ataques tendenciosos lançados contra a historicidade dos acontecimentos.
O desenho de José Salomé Piña, no Museu da Basílica, representa Bento XIV admirando um quadro de Miguel Cabrera que reproduz a Imagem de Guadalupe
Vinte e cinco papas aprovaram e incentivaram o culto a Nossa Senhora de Guadalupe.

O Papa Pio X, em 24 de agosto de 1910, declarou Nossa Senhora de Guadalupe “Celestial Padroeira da América Latina”. De nossa América Latina, terceiro mundo, que pouco conhece e por isso não acode à Protetora que tem...

Mas brilha a esperança: a basílica de Guadalupe recebe já anualmente cerca de 20 milhões de peregrinos...

Em 25 de maio de 1754, o inigualável sábio Papa Bento XIV ratificou o culto a Nossa Senhora de Guadalupe, e como conclusão das suas insuperáveis pesquisas lembrou um Salmo (Sl 147,20): O que Deus fez com a América Latina “non fecit taliter omni nationi” (“não fez de tal maneira com nenhuma outra nação”).

Queremos neste seis artigos ver o que Deus fez para garantir que Nossa Senhora de Guadalupe é a Mãe, Rainha e Protetora... Da América Latina pelas declarações oficiais da Igreja. Na realidade, na expressão de Bento XIV referendada por outros papas, também de todos os países de língua espanhola. (E além disso, com muito orgulho e súplica, o CLAP, desde a sua fundação, proclama Nossa Senhora de Guadalupe como sua Padroeira).

Queremos concretamente ver como Deus “assinou” mais que em quaisquer outras nações...


Hernán Cortés, conquistador de México, e constituído lá virrey do morarca espanhol
O Povo Asteca. Quando no dia 8 de novembro de 1519 Hernán Cortés chegou ao México com um reduzido grupo de soldados espanhóis, as populações locais já existiam há quarenta mil anos na América Latina. Existiam, produzindo altas culturas com saberes sofisticados. Quase meio século depois, o historiador Bernal Diaz Del Castillo ainda se lembrava da admiração dos espanhóis quando avistaram pela primeira vez a grande cidade de Tenochtitlán (hoje México), cujos edifícios refletiam-se nos lagos salgados. O império asteca terminou sob o domínio de Hernán Cortés em 1521.

O cristianismo chegou ao México com os conquistadores. Guerreiro e religioso, o povo asteca convivia com a morte na prática de seu politeísmo.

Entre tantas lendas, acreditavam que os deuses Céu e Terra geraram os deuses Lua e Estrelas. Mas um dia Tonantzin, a deusa Terra, enquanto caminhava pelo deus monte Tepeyac, ficou grávida, concebendo o deus Sol. É por isso que o Sol nasce na Terra e não no Céu, como a Lua e as Estrelas. As deusas Estrelas não gostam do deus Sol, por ser filho adulterino de Tonantzin e Tepeyac. E a cada dia o deus Sol sob o ataque das deusas Lua e Estrelas, vai apagando-se pouco a pouco até cair totalmente vencido no final do dia, deixando o horizonte manchado do vermelho de seu sangue.

O filho adulterino de Tonantzin e Tepeyac, desangrando-se quase totalmente, deixa o horizonte coberto com seu sangue.
Durante a noite, apesar de governada pelos deuses Lua e Estrelas, o deus Sol na escuridão pode refazer-se graças ao sangue das jovencinhas sacrificadas em homenagem a ele pelos astecas. Fortalecido, o Sol é capaz de surgir novamente e clarear o dia.

Com a dominação espanhola, os sacrifícios humanos foram proibidos. O topo da pirâmide onde se celebravam os sangrentos sacrifícios foi destruído, e no seu lugar foi construída a Igreja de Santiago, ainda hoje conservada.

Mas continuavam vivos os mitos religiosos entre o povo. Os missionários esforçaram-se muito para que os astecas descobrissem e aceitassem o verdadeiro Deus, criador do sol, a terra, a lua e as estrelas. Mas poucos se convertiam. A idolatria estava arraigada neles. No “Colóquio dos doze apóstolos franciscanos com os sábios astecas”, estes não aceitaram que suas tradições religiosas fossem extintas: “E agora nós devemos destruir a antiga regra de vida?”



A Nova Religião. Poucos anos depois, em 1531, “a antiga regra de vida” ia ser abandonada espontaneamente. Oito milhões de índios pediriam o batismo católico, por amor a uma jovem Rainha que um deles disse ter visto no monte Tepeyac. A jovem Rainha vestia as cores com que a rainha dos astecas se vestia nas grandes festas. E a jovem Rainha não era deusa. Era superior aos “deuses” sol, lua, estrelas, porque com eles se ornava. Mas estava em adoração ao fruto do Seu ventre. Usava o cinto de arminho que a rainha dos astecas usava quando estava grávida. Quem seria o Menino que a jovem Rainha esperava? Sobre o peito levava um broche com a Cruz de Cristo, tal como estava nos estandartes dos conquistadores espanhóis.

“Presidindo” a vestimenta de rainha, a Cruz de Cristo, reproduzindo em tamanho pequeno a forma e círculo, como estava nos estandartes dos conquistadores.

Os missionários franciscanos, batizavam até 15 mil índios por dia onde hoje está a linda igreja de “El Pozito” (o Poçinho).


Um aspeto da jóia arquitetônica que é a Igreja de “El Pozito”


Precisamente a Igreja de “El Pozito” foi mandada construir pelo segundo bispo de México, Dom Alonso de Montúfar, para possibilitar tantos batizados


Arcebispo primaz de México, Dom Alonso de Montufar, franciscano, imediato sucessor de Dom Zumárraga.

Toda a nação asteca, como um só homem, batizou-se e fez-se instruir na religião que veio com aquela jovem Rainha. Ela “pode ser chamada com todo o direito a Primeira Evangelizadora da América”, frisava João Paulo II, em 6 de maio de 1990.

O índio, hoje São Juan Diego, não podia saber que o lugar, no Tepeyac, onde ele estava tendo a visão da jovem Rainha era exatamente o centro geográfico, milimetricamente, o umbigo de todo o continente americano. Símbolo de que a Senhora desejava ser também Rainha das Américas. E de fato, em 1945, Pio XII interpretava este simbólico de suposto desejo de Nossa Senhora de Guadalupe, declarando-a “Imperatriz de todas as Américas”.

Texto extraído de: http://www.clap.org.br

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ordem de Cister




Ordem de Cister (Ordo cisterciensis, O. Cist. ou Sacer ordo cisterciensis, s.o.c.), também conhecida como ordem cisterciense, é uma ordem monástica católica reformada.

História
A sua origem remonta à fundação da Abadia de Cister (em latim, Cistercium; em francês, Cîteaux), na comuna de Saint-Nicolas-lès-Cîteaux, Borgonha, em 1098, por Roberto de Champagne, abade de Molesme. Este, juntamente com alguns companheiros monges, deixara a congregação monástica de Cluny para retomar a observância da antiga regra beneditina, como reação ao relaxamento da Ordem de Cluny.
Através da "Charta Charitatis", em complemento à regra da Ordem de São Bento, Estevão - terceiro abade de Cister - estabeleceu que a autoridade do suprema da Ordem seria exercida por uma reunião anual de todos os abades. Os mosteiros eram supervisionados pelo mosteiro-sede, em Citeaux, e pelos quatro mosteiros mais antigos da Ordem.
A ordem terá um papel importante na história religiosa do século XII, vindo a impor-se em todo o Ocidente por sua organização e autoridade. Uma de suas obras mais importantes foi a colonização da região a leste do Elba, onde promoveu simultaneamente o cristianismo, a civilização ocidental e a valorização das terras.
Restauração da regra beneditina inspirada pela reforma gregoriana, a ordem cisterciense promove o ascetismo, o rigor litúrgico e erige, em certa medida, o trabalho como valor fundamental, conforme comprovam seu patrimônio técnico, artístico e arquitetônico.
Além do papel social que desempenha até a Revolução Francesa, a ordem exerce grande influência no plano intelectual e econômico, assim como no campo das artes e da espiritualidade, devendo seu considerável desenvolvimento a Bernardo de Claraval (1090-1153), homem de excepcional carisma. Sua influência e seu prestígio pessoal o tornaram o mais célebre dos cistercienses. Embora não seja o fundador da ordem, continua sendo o seu mentor espiritual.
Atualmente, a ordem cisterciense é de fato constituída de duas ordens religiosas e várias congregações. A ordem da « Comum Observância contava em 1988 com mais de 1300 monges 1500 monjas, distribuídos em 62 e 64 monastérios, respectivamente. A ordem cisterciense da estrita observância (também chamada o.c.s.o.) compreende atualmente quase 3000 monges e 1875 monjas, distribuídos em cento e dois monastérios masculinos e setenta e dois monastérios femininos, em todo o mundo. São comumente chamados "trapistas", pois a criação da ordem resultou da reforma da abadia da Trapa (em Soligny-la-Trappe, Baixa-Normandia,França).
Mesmo separadas, as duas ordens têm ligações de amizade e relações de colaboração. O hábito também é semelhante. Os cistercienses são conhecidos como monges brancos em razão da cor do seu hábito.
Embora sigam a regra beneditina, os monges cistercienses não são propriamente considerados beneditinos. Foi no IV Concílio de Latrão (1215) que a palavra "beneditino" surgiu, para designar os monges que não pertenciam a nenhuma ordem centralizada, em oposição aos cistercienses.

Os Cistercienses em Portugal

A Ordem estabeleceu-se em Portugal pela primeira vez em Tarouca em 1144, antigo mosteiro beneditino. Todos os mosteiros cistercienses do século XII mudaram de observância, só Alcobaça foi fundado de novo. Durante o século XII as fundações mais importantes e numerosas são as das monjas: Lorvão, Celas, Arouca e São Bento de Cástris, protegidas pelas infantas-rainhas Teresa, Sancha e Mafalda, e Odivelas todas dependentes de Alcobaça. Durante este período não houve em Portugal ordem mais poderosa, devido sobretudo à riqueza de Alcobaça que foi também o centro artístico e intelectual da Ordem.
 
As tentativas de reforma renovaram-se no princípio do século XVI, durante o qual viveu Fr. João Claro e se fundaram os mosteiros femininos de Tavira e Portalegre e o Colégio do Espírito Santo em Coimbra e se chamaram beneditinos de Monserrate para reformar Alcobaça. A reforma não conseguiu promover a separação de Alcobaça, favorecida pelo cardeal D. Afonso e o cardeal D. Henrique. Os cistercienses mostraram então grande vitalidade fundando vários mosteiros, para monges: o Colégio da Conceição, e o Mosteiro do Desterro em Lisboa e para monjas, Mocambo em Lisboa e Tabosa deram grande realce aos estudos históricos, onde se notabilizaram todos os autores da Monarchia Lusitana. No século XVIII entram em decadência e são extintos em 1834, seguindo-se a posterior extinção dos mosteiros femininos.
O pensamento de Joaquim de Fiore, um cisterciense calabrês e filósofo milenarista, teve profundo impacto em Portugal, estando na origem do culto ao Divino Espírito Santo, ainda hoje bem presente nos Açores e nas zonas de expansão açoriana nas Américas, e influindo no pensamento do padre António Vieira (o Quinto Império) e dando uma base filosófica ao sebastianismo.
A existência de um curso de água ou um lago é condição essencial para a fixação desta ordem. Por isso não é de estranhar que muitos dos conventos cistercienses tenha nomes associados à água, tais como Fontaine-Guérard, Fontenay, Fontenelle em França ou Fountain em Inglaterra.

Os Cistercienses no Brasil

 

 
Desde 1938, a Abadia de Hardehausen estava transferindo seus monges e seu abade, para o Brasil. Em 3 de abril de 1952, a Santa Sé suprimiu a Abadia de Hardehausen, na diocese de Paderdon, Alemanha, que existia desde 28 de maio de 1140, e transferiu para o Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção de Itatinga, na Arquidiocese de Botucatu.
A abadia de Itatinga recebeu: "todos os direitos e privilégios que até então canonicamente, possuía a Abadia de Hardehausen e de que, em geral, gozam as Abadias Cistercienses".
Em 16 de agosto de 1951, o bispo de Botucatu D. Henrique Golland Trindade e o então governador do estado de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez, lançaram a pedra fundamental da Abadia em Itatinga. Além da Abadia e da paróquia de Itatinga, os monges cuidavam ainda por uns tempos da paróquia de Mairinque.
O Abade de Itatinga ficou sendo D. Alfonso Kiliani Heun até 1957 (era Abade desde 1933) quando foi transferido para a Alemanha por Ordem do abade-geral D. Sigardo Kleiner. Foi eleito, em seu lugar, D. Roberto Fluck, antigo prior de Itaporanga, que recebeu a bênção abacial em 30 de maio de 1957, e no mês de julho foi eleito abade-presidente da Congregação Cisterciense Brasileira.

Mosteiro Nossa Senhora de Nazaré
 

Em 15 de setembro de 1993, alguns jovens, com a aprovação de seu Bispo, começaram a viver sob a Regra de São Bento e, depois de alguns anos de contato com a Ordem Cisterciense, fundaram em 1998 o Mosteiro Nossa Senhora de Nazaré, localizado no município de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Essa Comunidade de monges, que foi inicialmente acolhida pelo senhor Bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, o qual lhes deu aprovação canônica, já figura entre as pré-fundações da Ordem Cisterciense, e, pelo contato com o Abade Geral, com o Sínodo e com o Capítulo Geral da Ordem, apoiada pelo Bispo da Diocese, busca aprofundar uma comunhão que deseja chegar à incorporação definitiva à Ordem Cisterciense. Apesar do acento fortemente contemplativo dessa Comunidade monástica, vão até ali muitos visitantes, ansiosos por descobrir o Mosteiro, ou por encontrar-se com Aquele a quem os monges consagraram suas vidas: o Cristo Jesus.

Arquitetura cisterciense

Planta tipo cisterciense
1- Igreja
2- Porta do cemitério
3- Coro dos conversos
4- Sacristia
5- Claustro
6- Fonte
7- Sala Capitular
8- Dormitório dos monges
9- Dormitório dos noviços
10- Latrinas
11- Caldarium
12- Refeitório
13- Cozinha
14- Refeitório dos conversos

As Abadias cistercienses ficam isoladas das cidades, caracterizadas pela racionalidade na articulação dos espaços e despojamento de elementos decorativos. Usam-se soluções locais com materiais disponíveis e tradições culturais existentes. O seu revestimento é branco.
A planta padrão respondia às exigências de funcionalidade e economia de espaço e de movimento abolindo o supérfluo. A planta articula a vida e as obrigações distintas de monges, noviços e conversos.
A igreja situa-se no ponto mais alto e estava do lado norte com o claustro imediatamente a sul. A igreja adapta-se à rectangularidade global da composição com cabeceira recta (na Batalha já é redonda) com capelas no transepto. No braço sul uma escada comunica com o dormitório. A igreja divide-se a meio entre monges e conversos. Não tinha uma fachada monumental nem torres a acentuar a massa exterior. A planta baseia-se na relação 1:2. Há uma simplificação da tipologia e exibição da própria arquitectura, a decoração centra-se nos capitéis. As naves laterais surgem quase à mesma altura da central.
O refeitório, mais a sul, sempre com a fonte em frente articula-se com o claustro. A cozinha,a oeste, divide o refeitório dos monges e o dos conversos . Cozinha e refeitório voltam-se para o curso de água.
No lado Este alinham-se a sala do capítulo e a sala comunitária. O dormitório ocupava longitudinalmente todo o piso superior. O complexo do edifício era rectangular marcado por contrafortes. Não havia casas de banho nem uma residência independente para o Abade. Os dormitórios não possuem celas individuais.
Há dois tipos de claustro: o claustro do silêncio e claustros de carácter agrícola. O mosteiro cresce claustro, a claustro.