quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Versus Esmeraldinos



A Alquimia, precursora da Química moderna e da Medicina, foi a ciência principal durante a Idade Média. A busca da Pedra Filosofal e da capacidade de transmutação dos metais, incluia não só as experiências químicas, mas também uma série de rituais. A filosofia Hermética era um de seus alicerces, assim também como partes da Cabala e da Magia.
Ao longo do tempo, diversos alquimistas descobriram que a verdadeira transmutação ocorria no próprio homem, numa espécie de Alquimia da Alma; diversos outros permaneceram na busca sem sucesso do processo de transformação de metais menos nobres em ouro; afirma-se que alguns mestres atingiram este objetivo...
A Alquimia também preocupava-se com a Cosmogonia do Universo, com a Astrologia e a Matemática. Os escritos alquímicos, constituiam-se muitas vêzes de grandes pantáculos e de esquemas e figuras complexas, onde procuravam sintetizar a sua mensagem simbólicamente de modo gráfico e, na maioria das vêzes, de modo codificado ou dissimulado, daí, talvez a conontação dada ao termo hermético = fechado, assessível apenas para os iniciados.
Da ligação com o Hermetismo, a lei da analogia e o domínio dos três planos podem ser expressos nos dizeres abaixo, atribuidos a Tábua de Esmeralda de Hermes, conhecidos também como
Versos Esmeraldinos
"É verdade, correto e sem falsidade, que o que está em baixo, é como é em cima, para cumprir-se a Grande Obra. Como todas as coisas derivam-se da Coisa Única, pela vontade e pela palavra daquele Único que as mentalizou, assim também tudo deve a sua existência a esta Unidade, pela ordem Natural, e tudo pode ser aperfeiçoado por adaptação àquela Mente.
Seu pai é o Sol; sua mãe a Lua, o Vento a transporta em seu ventre, sua nutriz é a Terra. Este ente é o pai de todas as coisas do Mundo. Seu poder é imenso e perfeito, quando novamente separada da Terra. Separas pois o Fogo da Terra, o sutil do denso, mas com cuidado, com grande habilidade e critério.
Ela sobe da Terra ao Céu e novamente desce à Terra, renascendo e assim tomando para sí o poder de Cima e o poder de Baixo. Desta forma o explendor do mundo será todo teu, possuirás todas as glórias do universo e quaisquer trevas afastar-se-ão de tí. Nisso consiste o poder poderoso de todo poder; capaz de vencer todo o sutil e penetrar tudo o que é sólido. Do mesmo modo o universo é criado. De lá vem as realizações maravilhosas, e seu mecanismo é o mesmo.
É por isso que sou chamado Hermes Trismegistus, possuindo poder sobre os três aspectos da filosofia universal. O que eu disse da obra-mestra da Arte Alquímica, a Obra Solar, aqui está dito e encerra tudo."
A Tábua de Esmeralda - Hermes Trismegistus

A Alquimia, segundo G. O. Mebes, é uma ciência Hermética por excelencia. É também uma ciência Solar, que tem no sol, assim como Hermes Tot, uma grande força e uma grande fonte de atração.
Ainda de acordo com Mebes, o Sol, representado no Taro pelo Arcano 19 e pela letra hebraica Cuph, indica três processos fundamentais:
. Alcançar as verdades frutíferas, que corresponde a Obra Magna no campo das idéias
. Adquirir as virtudes herméticas, a Obra Magna do Hermetismo Ético
. Realizar a Pedra Filosofal, a Obra Magna da Alquimia.
De acordo com o Hermetismo Ético, cada ser humano é composto de uma substância cuja disposição e fixação numa determinada ordem, fazem com que a pessoa se torne virtuosa. O "pai" desta virtude é a atividade - o Sol, sua mãe é a passividade - a Lua. Durante o período de gestacão, a virtude é carregada pelo Vento, ou seja no ambiente astral; nutrida pela mãe Terra deverá se manifestar no mundo do sacrifício, ambiente zodiacal; entretanto, somente o Telesma, que é o invólucro da Vontade, pode causar os processos de gestação, do nascimento e da adaptação. Em outras palavras, é o próprio Pentagrama que cria sua virtude.
Para formar suas convicções no campo da Filosofia Hermética, é preciso primeiro separar a fé do conhecimento, para depois sintetizá-los numa totalidade harmoniosa. Assim, no Hermetismo Ético, é necessário saber quais impulsos provem do Triângulo Superior e quais os que provem do Triângulo Inferior, na Estrêla de Salomão. É preciso desenvolver uma receptividade consciente para os princípios vindos do Alto assim como uma capacidade de avaliação das manifestações densas do Baixo. Do Alto vem o preceito "ama o teu próximo". Mas como e o que amar nele ? O que fazer para ele ? A resposta é: "amar como a sí mesmo", e isto só pode ser aprendido no plano da involução do Triângulo Inferior. Assim, temos que conhecer os ideais elevados e a aspiração à Reintegração e, paralelamente, observar e estudar o nosso próprio egoísmo rasteiro, para poder interligá-los pelas grandes leis da Ética.
É absolutamente necessário saber elevar-se da Terra para o Céu e voltar de novo... buscando os princípios em suas fontes no Alto e a suas manifestações no Baixo. Então nossa Virtude adquirirá força plena, e quaisquer trevas desaparecerão do coração.
Quando estivermos prontos para assimilar o que é sutil, então seremos mais virtuosos; e por meio das correntes que formaremos e através delas, essa Virtude penetrará tudo que é denso, vencerá a inércia egoísta das massas e, mesmo contra sua vontade, incutir-lhes-á os princípios éticos.
No plano puramente mental do Hermetismo, o intelecto oscila entre o Céu (princípios) e a Terra (fatos), isto é, pratica a dedução e a indução; o mesmo deve ser feito pelo coração...
Em ambos os campos, encontramos os três princípios Alquímicos ligados ao Hermetismo Ético: ENXOFRE ativo (aspiração as alturas)
MERCÚRIO passivo (conhecimento das planícies)
SAL neutro (produto da harmonização entre os dois primeiros)
Nos dois campos, existe o Quaternário expresso pelo Tetragramaton da Cabala ou pela Cruz Hermética:
IOD 1 - Busca da Verdade 1 - Atividade Evolutiva (Triangulo Superior)
HE 2 - Aspiração em assimilá-la 3 - Emotividade Passiva
VAU 3 - Aspiração em transmití-la 2 - Atividade Involutiva (Triangulo Inferior)
2 HE 4 - Desejo de sintetizá-la num 4 - Emoções Positivas

sistema harmonioso
Tanto no campo do coração como no da mente existe o quinto elemento que é o próprio operador, no centro do quaternário. Em metafísica o quinto elemento é o Adão decaído que adquire a experiencia do bem e do mal na grande balança que mantém o equilíbrio do mundo.
No Hermetismo o quinto elemento é a quintessência, a Vontade que Rege a Cruz Hermética.

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